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#266 A Rejeição de os Físicos Ateus da Lógica e da Teoria da Probabilidade

May 13, 2015
Q

Olá Dr. Craig,

Em primeiro lugar, deixe-me dizer que você é o meu "filósofo-missionário" favorito em cena, e me alegra e anima muito toda vez que eu ouço que você foi em algum lugar novo no mundo! Recentemente assisti o seu debate com o físico da Finlândia chamado Kari. As afirmações contínuas de Kari, que observações no nível sub-atômico nos mostram que a lógica clássica não modela o mundo quântico, é algo que está começando a aparecer mais e mais na blogosfera. Eu estava esperando obter uma explicação mais profunda de você sobre cada uma das respostas que você deu no debate:

1) A lógica Quântica é defendida por uma pequena minoria de físicos.

2) Você parecia implicar que se adotarmos uma interpretação Bohmiana da mecânica quântica, então a lógica clássica se aplica ao nível quântico (isso também implica que a lógica quântica pressupõe a interpretação de Copenhague da mecânica quântica).

3) Eu acho que você disse que a lógica clássica é distinta das 9 regras da lógica 'formal' (por exemplo, modus ponens, modus tollens, etc.) e seus argumentos não se baseiam em coisas, como a lei do meio excluído; mas, você pode realmente separá-las dessa maneira?

4) Você também disse que seus argumentos sem baseiam em evidência observacional em nível macro, onde a lógica clássica claramente se aplica e quaisquer observações quânticas não se aplicam. Mas não, o universo não começou em algum tipo de estado quântico que pode implicar que a lógica clássica não pode nos guiar em nosso pensamento sobre a origem do universo (como, por exemplo, talvez algo possa vir do nada)?

5) É auto-destrutivo usar a lógica formal para negar a aplicabilidade da lógica formal no nível quântico.

Obrigado,

Kevin

Estados Unidos

  • Belarus

Dr. Craig

Dr. craig’s response


A [

Kevin, eu tenho coçado a cabeça sobre o repúdio aparentemente louco da lógica clássica e teoria da probabilidade, por parte de certos físicos ateus desde o meu debate com Lawrence Krauss, que tomou a mesma linha que Kari Enqvist. Krauss até parecia pôr em dúvida a verdade de teoremas da aritmética elementares como 2 + 2 = 4! O que eles poderiam estar pensando?

Já que seu repúdio da lógica e da teoria da probabilidade foi apresentada como uma resposta aos meus argumentos teístas, parecia que eles estão rejeitando as regras de inferência da lógica formal sentencial como modus ponens, modus tollens, silogismo disjuntivo, etc. Minhas conclusões são acusadas, ao que parece, de não serem válidas porque a mecânica quântica tem derrubado as regras da lógica. Mas isso não pode ser a contenção deles, pois não há nada na mecânica quântica que levaria alguém a negar as regras lógicas de inferência, e tal posição seria impossível, em qualquer caso, já que se teria então rejeitado qualquer meio de chegar a conclusões racionalmente, incluindo às da físico quântica!

Então, eles estão rejeitando a lógica silogística aristotélica? Isso não pode estar certo, uma vez que os meus argumentos não dependem de quaisquer peculiaridades da lógica aristotélica (como a capacidade de tirar conclusões existenciais de declarações universalmente quantificadas) que não fazem parte da lógica sentencial moderna.

Então, talvez eles estejam repudiando a Lei clássica do Terceiro Excluído, o princípio que estabelece que, para qualquer proposição p, ou p é verdadeiro ou não-p é verdadeiro. Uma pequena minoria de físicos e filósofos, como mencionei, têm procurado desenvolver uma lógica quântica, segundo a qual, devido à indeterminação, certas declarações sobre entidades ou eventos quânticos não são nem verdadeiras nem falsas. Mas Enqvist negou que essa era a sua reivindicação e, como eu disse, o programa de lógica quântica não afeta nenhum dos meus argumentos de qualquer forma, já que não há motivo para pensar que as premissas de meus argumentos, que não são sobre entidades ou eventos quânticos, não são nem verdadeiras ou falsas.

Às vezes, soou como se Krauss e Enqvist estivessem rejeitando o cálculo de probabilidades. Mas o teorema de Bayes é uma fórmula sólida de como probabilidades devem ser computadas. E no meu debate com Krauss, eu não estava nem mesmo usando o teorema como um todo, mas, apenas falando de certos fatores dele, como a probabilidade da existência de Deus dada a nossa informação de fundo e determinadas evidências específicas (como o início do universo, ajuste fino, etc.).

Então, do que esses homens estão falando?

Bem, felizmente, depois do nosso debate, Enqvist e eu saímos para almoçar juntos, e eu pude perguntar-lhe diretamente o que ele quis dizer. Você pode imaginar a minha surpresa quando ele respondeu que o que ele estava falando era da violação das Desigualdades de Bell, pela mecânica quântica! Minha mente disparou de volta ao meu debate com Krauss, e de repente me dei conta de que era disso que ele estava falando também! Quando Enqvist disse isso, eu respondi que os resultados experimentais sobre o teorema de Bell expuseram uma falha da física, mas certamente não da própria teoria da probabilidade. Mas ele foi categórico, afirmando que os resultados expunham uma deficiência na teoria da probabilidade, que tinham previsto os resultados errados.

Agora isso é completamente equivocado. O que John Bell fez foi usar a teoria da probabilidade clássica para mostrar que qualquer teoria física que afirma o que é chamado de localidade (ou seja, que não há nenhuma ação à distância, todos os efeitos são locais) irá prever certos resultados estatísticos que estão em desacordo com as previsões da teoria quântica. A evidência experimental vindicou as previsões da teoria quântica. A evidência sugere fortemente, portanto, que o mundo físico é não-local. (Curiosamente, a maneira mais fácil de ter uma teoria física não-local é abandonar a relatividade especial de Einstein e adotar em vez disso a teoria de Lorentz da relatividade, que permite influências causais serem propagadas em velocidades super-luminal e, portanto, não tem nenhum problema com os resultados experimentais, violando as Desigualdades de Bell. Na verdade, a própria recomendação pessoal de Bell foi precisamente que tomemos essa rota Lorentziana. A interpretação de Bohm da mecânica quântica, embora totalmente determinista, é também uma teoria não-local com simultaneidade absoluta. Para uma relação das implicações dos resultados experimentais do teorema de Bell da relatividade ver o meu Time and the Metaphysics of Relativity, pp. 221-35. Mas estou divagando!)

A questão é que os resultados experimentais deveriam nos levar a rejeitar a localidade, não a teoria da probabilidade! Na verdade, se você rejeita a teoria da probabilidade, então localidade e teoria quântica NÃO são incompatíveis no final das contas! Poderíamos perfeitamente abraçar tanto a mecânica quântica e as chamadas teorias de variáveis escondidas locais, apenas jogando fora a teoria da probabilidade! Que importa se as Desigualdades de Bell são violadas pela mecânica quântica? Essas desigualdades foram calculadas utilizando a teoria da probabilidade, então quem se importa? Ironicamente, então, os resultados experimentais para os quais esses físicos apelam para rejeitar a teoria da probabilidade, na verdade, pressupõe a teoria da probabilidade!

Espero que você possa ver quão perverso este ataque é à teoria da probabilidade. O problema exposto pela ciência experimental não é a teoria da probabilidade, mas o pressuposto da localidade. Culpar a teoria da probabilidade em vez de uma teoria física em particular é como rejeitar a matemática porque o seu talão de cheques não consegue se equilibrar, mas, Krauss disse 2 + 2 = 5, não foi?

Há algumas lições sérias em tudo isso. Primeiro, mostra mais uma vez de quais abusos grosseiros da ciência alguns físicos, filosoficamente ingênuos, são culpados. (Se eu entendi mal esses senhores, então estou ansioso para ser corrigido e ouvir uma explicação sobre o que eles querem dizer.) Em segundo lugar, até mesmo sugerir uma rejeição da lógica e da teoria da probabilidade a fim de evitar conclusões teístas é um sinal de desespero. Você pode imaginar quão ridicularizadas pessoas religiosa seriam se, a fim de manter o nosso ponto de vista, tivéssemos de renunciar a lógica e a teoria da probabilidade? Finalmente, a aderência por parte desses pensadores é, em última análise, contra-produtivo para eles e útil para os teístas, pois apenas admite que o teísmo é mais lógico e mais provável do que o ateísmo.

- William Lane Craig